Tenho ido a
muitos lugares ultimamente e reparado uma mudança de clima. Não sei se me faço
entender, mas restaurantes bares e boates não são mais como antes:
aconchegantes e intimistas. Parece haver uma popularização dos espaços, que, me
desculpem, não é legal.
Há bem pouco
tempo atrás não era preciso selecionar muito os espaços em que eu gostaria de
ser visto e associado, um barzinho mais refinado ali, um bom restaurante acolá
e as boates com nome e marca eram de fato coisa para poucos. Bons tempos!
Fonte da Imagem: http://novaslistas.com.br/atualidades/2990-proibido-acessar-essa-lista |
De uns tempos pra
cá, parece que a todo lugar que eu vou, sou obrigado a me desvencilhar de uma
gente diferenciada, como dizem os Jardins de São Paulo, e que aqui no Rio
preferimos chamar de gente feia: o que de fato é. Né?! Acho que todos
concordam. Pois essa gente acha que só porque pode comprar isso ou aquilo de
uma grife melhorzinha, já pode estar em todos os lugares. Foi-se o tempo em que
Dolce&Gabbana, Givenchy, Channel e outras marcas eram produtos para gente
sofisticada. Agora se você, como eu, quer ter algo realmente diferenciado,
precisa suar muito para comprar algo realmente exclusivo, ou para ter acesso a
festas mais privé, por assim dizer.
O fato é que,
tenho observado meu custo de vida social se tornar absurdo, já que não sou
obrigada a conviver com essa gente feia. Por isso a escolha tem sido:
selecionar mais e sair menos, porque ninguém aguenta pagar muito mais por lazer
do que se pagava, até porque qualquer um agora pode bancar um “camarote de dois
mil reais” e dividir por dez pessoas. Em outros tempos, isso não era uma
pechincha, mas atualmente não é nada! Deve ser isso a tal desvalorização da
moeda, não é?!
Enfim, as
pessoas não gostam de falar, mas eu não me importo! Todo mundo pode tudo agora!
E gente como eu fica sem opção. Havia festas, festivais e destinos que eram
exclusivos de determinados públicos e que agora não são mais. Eventos como a
FLIP, em Paraty, que tem um público muito específico – ou pelo menos tinha – agora
têm estado repleto de gente estranha. Gente que nunca sequer abriu um livro
indo a uma festa literária! Faça-me um favor! Espero que não me vejam como a
Senhora dos Absurdos, nem como a gentil professora da PUC que foi tripudiada
por tecer um simples comentário... Mas que ela tem razão, ah, ponham a mão na
consciência. Quem nunca pensou isso? Quem nunca olhou para o lado e se vexou de
estar no mesmo espaço que aquela gente feia!
É como disse um
político conservador, que realmente não me lembro quem é: “As coisas estão
ficando muito populares”. E eu concordo, há ambientes que não são pra qualquer
um. As pessoas deveriam saber bem qual é o lugar delas, ou ao menos saber que
estão incomodando o espaço dos outros.
24 de setembro
de 2014.
Uma crônica, GCA Florentino.
[texto com um bom bocado de ironia]
Nenhum comentário:
Postar um comentário