sexta-feira, 22 de maio de 2015

Morte aos 27!



Diz a lenda que as estrelas, muito loucas, não resistem aos 27. Janis, Kurt e Amy são algumas das personalidades que não resistiram a essa idade maldita pelos astros. Mas por quê?  Até o momento não há explicação plausível. Até o momento, porque tendo eu sobrevivido a eles, vou tentar elucidar os fatos.
Bem, as experiências podem parecer pessoais, mas talvez, muitos vinteessetões tenham passado por algo parecido, e se fossem estrelas, regidas pela vaidade de ser mais, de ser melhor, também não teriam resistido.
Aos 27 descobri as dores. Sim elas apareceram! E com toda força! A coluna ruiu e não aguentou as 40 horas semanais passadas em cadeiras mal reguladas. Foi dor pra todo lado, e não há nada mais desencorajador que as dores. E sendo a coluna a estrutura central e crucial do corpo humano, às vezes dá pra pensar em desistir da vida; pois se ela dá sinais de falência aos vinte e sete, o que será dessa estrutura central aos 54?!
Fonte da Imagem:https://icommercepage.wordpress.com/2011/07/25
/celebridades-que-morreram-aos-vinte-e-sete-anos/
Mas o pior ainda está por vir. Pode haver algo pior que os arroubos dolorosos de sua coluna? A resposta é: sim! Porque dor chama dor; e nem sempre a dor companheira é física, ela pode ser emocional, e esta meu bem, é insuportável. E palavras como dor e insuportável dispostas num mesmo sintagma aos 27, não é legal, mas sim, pode ser letal.
As dores emocionais fazem parte da vida de toda pessoa, mas há fases em que elas podem ficar convenientemente ocultas, contudo quando uma dor física aparece estas outras despertam, infernizam mentes e influenciam as ações do corpo enfermo. Eis a casa do perigo! Corpo débil, mente perturbada, vida violada!
Também aos vinte e sete, descobri os óculos, sim a partir de agora está atestado que em determinadas situações não posso mais ver claramente sem a ajuda das lentes. É estranho pensar que nosso principal canal de comunicação com o mundo fora de nós mesmos já apresenta defeitos; e isso traz medo. Medo de não ser capaz de poder ver as coisas como elas são. E medo, aos vinte e sete parece tão covarde, que nos esquecemos de que nada do que vemos é definitivamente real.
Parecer covarde numa época em que a perfeição deve ser atingida antes dos trinta é frustrante; pois os vinte sete nos aproximam da idade da pressão, e essa pressão vem aliada aos defeitos recém-descobertos. Aí está outra receita de chá de ruína.
É! Sentir dor e perder a capacidade de enxergar aos poucos torna as pessoas mais frágeis, e nem sempre é possível lidar com tais atrofias, porque elas escancaram que nada em nós é eterno: nem a voz, nem a beleza, nem a postura, nem a visão, tampouco o vigor. E isso... Bem, isso me fez mais sólido: porque viver a par da realidade é bem mais proveitoso. Alguns não resistem a isso, mas eu resisti! E tem sido bom!!!

22 de maio de 2015.
G.C. A

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