Fonte da imagem:http://www.recantodasletras.com.br /trovas/5205045 |
Olhando a vida dos outros,
encontro soluções para tudo. Sei como reagir a cada situação adversa que
encontrar no meu caminho, porque tenho uma tábua de exemplos e experiências dos
outros para serem aplicados à minha realidade.
Ironias a parte, não se pode
negar que é este o papel da literatura: contar uma história, através da qual
seus leitores possam refletir sobre aquela realidade. A vida dos outros, embora
descontextualizada para nós, acaba sendo um livro a ser refletido. Digo
descontextualizado porque, por mais que entendamos e conheçamos a vida do
outro, o contexto de vida dele é sempre mais subjetivo que objetivo; não é como
os romances, em que os autores podem delimitar tempo, espaço e realidade
histórico-social.
Bem, faço uso dessa
contextualização toda para falar da vida dos outros que eu gosto de observar. Eu
tento ser, por personalidade e por disciplina, diferente das pessoas que observo;
não diferente das qualidades, mas diferente dos defeitos: carências, covardias,
resignações...
Eu tenho as minhas – carências,
covardias e resignações, mas travo uma batalha dia após dia, para não adquirir
aquelas que vejo claramente nos outros.
Uma dessas muitas batalhas é
travada para garantir que as pessoas me tratem, a mim – na minha frente ao
menos – com respeito. É o mínimo que se pode esperar dos outros. Obviamente,
que vocês pensarão: ‘é dando que se recebe’, sim! Isso é uma verdade! Mas nem
sempre. Às vezes é com um pouquinho de ignorância que se conquista um pouco de
respeito.
Comigo as pessoas devem ser, ao
menos, gentis, cordiais, e se não forem aprenderão a ser. Ou relações serão
cortadas: esse também é um jeito de conquistar respeito. É preciso ter ciência,
convicção, de que respeito é um direito-dever. E não um privilégio de ricos,
autoridades e homens. Esse último então...
Ah, meninas! Não deixem que os
homens lhes ofereçam menos que respeito. É um direito-dever deles também. Eles
merecem ter ,não porque são homens, mas porque são gente; mas têm a obrigação de dar a quem quer que seja, e
a nós, mulheres também. Os gurus do relacionamento dizem que numa relação a
dois é preciso ceder um pouco, mas grande parte dessa cessão vem da mulher- é o
que se verifica por aí. Isso é falta de respeito, uma relação a dois – seja amorosa
ou não – deve ser baseada na igualdade, e se um cede demais, para o bem do
outro, esse mesmo um está sendo desrespeitado.
Então, meninas do meu coração,
não deixem que eles sejam desrespeitosos: exijam que eles apóiem seus sonhos,
respeitem suas relações outras, respeitem sua inteligência e seu corpo. Nada corta
mais o meu coração que ver amigas e conhecidas se diminuindo só para que seus
homens se sintam mais confortáveis. Alguns dirão: ‘é uma escolha delas’. Mas
que escolha é essa, em que eu não posso ser eu, não posso sonhar com o que
quero ser, só porque o outro precisa se sentir melhor em relação a mim? Eu não
acredito num mundo assim, se ele fosse bom, muitas mulheres não teriam se
revoltado desde sempre.
E o que isso tem a ver com a vida
dos outros... Bem, eu vi isso dias atrás, e vejo isso vez por outra acontecer com
pessoas próximas, não me julguem: pois já fiz a minha parte, já conversei. Mas
como dito, as razões pelas quais as pessoas escolhem permanecer nisso é sempre
mais subjetiva que o contexto pode mostrar.
Angra dos Reis, 21 de julho de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário